Quando nos deparamos com tudo o que vimos durante esses três dias, fica fácil concluir que Jesus vai, com paciência, tentando formar nos discípulos na lógica do Reino de Deus. E, Ele faz isso também com cada um de nós! É por isso que o texto de Marcos demonstra uma instrução direta do Senhor, no sentido de mostrar os valores que devem ser interiorizados por àqueles que querem, verdadeiramente, integrar uma comunidade capaz de realizar o plano de Deus para o mundo;
Na verdade, Jesus apresentou uma série de inserções, inicialmente independentes entre si e pronunciadas em contextos diversos, que depois se entrelaçariam para definir àqueles que pertenciam ou a não à comunidade do Reino de Deus. E, Jesus faz isso para ressaltar que a escolha de aceitar ou não as Suas palavras é sempre nossa!
E, basta olhar o exemplo dos discípulos, para constatar que, apesar da opção inequívoca por Jesus, eles continuavam a mostrar que ainda não tinham conseguido absorver todos esses valores. Para os discípulos, seguir a Jesus era um meio para concretizar os sonhos de poder, de grandeza, de liberdade e de prestígio… Por isso, os discípulos ficam inquietos e ciumentos quando encontram alguém que coloca obstáculos aos seus interesses; alguém que tenta dividir a autoridade e os “privilégios” que eles pensavam ter.
Essa atitude mostra arrogância, intransigência, intolerância, mesquinhez e pretensão de monopolizar Jesus e a Sua proposta. E, tudo isso é a antítese do que é ser um verdadeiro discípulo; pois um verdadeiro discípulo não tem inveja do bem que outros fazem; um verdadeiro discípulo não sente ciúmes quando Deus atua através de outras pessoas. Um verdadeiro discípulo não pretende ter o monopólio de Jesus e se esforça todos os dias, para testemunhar os valores do Reino de Deus; um verdadeiro discípulo se alegra, verdadeiramente, com todos os sinais da presença do Senhor, onde quer que eles apareçam.
Olhando tudo isso, afirmo que o maior erro daquele grupo é algo que se perpetua até hoje: Eles desvirtuaram a mensagem evangélica de Jesus; eles queriam limitar a ação do Senhor. E, desvirtuar a mensagem do Senhor é não reconhecer que o agir de Deus acontece em qualquer lugar. É exatamente por isso que o agir de Deus nos leva a buscar a verdade; pois, o agir de Deus procura transformar a verdade no elemento essencial do nosso caminhar ao lado do Senhor Jesus; mas a escolha é nossa! É por isso que Jesus procura fazer com que os ultrapassem esta visão sectária e egoísta da Sua missão e do Seu Ministério.
E, ao fazer isso, Jesus traz para a nossa vida hoje uma grande mensagem: Não se preocupe com o que os outros estão fazendo; tome suas escolhas; tenha a consciência que Deus vem para todos que estejam dispostos a abrir o coração para que Ele entre, tome posse e possa agir livremente. O Senhor Jesus vem para todos que busquem ser adoradores em espírito e em verdade. Ou seja, a decisão esta em nossas mãos! Até porque a porta do coração humano só tem maçaneta pelo lado de dentro.
E, isso demonstra que a comunidade de Jesus não pode ser uma comunidade fechada, exclusivista, monopolizadora, que se ressente e sente ciúmes quando alguém de fora faz o bem; nem pode sentir-se atingida nos seus privilégios e direitos pelo fato de o Espírito de Deus atuar fora das fronteiras da Igreja…
Essa é a razão que faz Jesus nos dizer: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14,6). Cristo ao conjugar o verbo “ser”, nos remete ao entendimento de Ele e, somente Ele, tem a qualidade e modo de existir perfeitamente conjugado com Deus; ou seja, Jesus tem a natureza de Deus e co-existe de forma pacífica e complementar com Deus.
Por isso, tendo a inabalável certeza de que todos nós fomos, nominalmente, chamados por Ele para cumprir um propósito específico dentro do Seu projeto transformador. E, por conta desse chamado, Ele espera que possamos manter viva e resplandecente “a chama do dom de Deus que está em você (...). Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (II Tm 1, 6-7).
sábado, 10 de outubro de 2009
Opção radical pelo Reino de Deus
Nesta mensagem eu gostaria de ser um pouco mais incisivo do que nos últimos quatro dias; esse meu posicionamento tem uma razão de ser: Jesus nos diz textualmente (assim mesmo no presente!) que para segui-LO é preciso expurgar sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção radical pelo Reino de Deus;
Apesar de ter medo da abrangência do termo “radical” e até onde ele pode nos levar; digo, sem medo de errar que a opção radical pelo Reino de Deus é essencial para aquele que desejam entregar o seu caminho ao Senhor; e, isso fica muito claro quando nos deparamos com os ensinamentos do profeta Isaias: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador” (Is 43, 10-11).
Esse é o ponto de vista que Jesus nos apresenta claramente, quando afirma que os discípulos estão muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino de Deus”; esse atraso ocorre porque os discípulos ainda raciocinam em termos de lógica da sociedade judaica e têm dificuldade em se libertar dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, dos seus conceitos pré-estabelecidos, dos seus sonhos de grandeza e poder… Os discípulos não conseguem fazer a opção radical pelo Reino de Deus.
Ou seja, os discípulos teimam em não entender que a maior dificuldade que enfrentam é responder ao convite de Jesus de uma forma altiva e focada não no que acontece hoje; mas, sim no que estar por vir amanhã; eles não conseguem vislumbrar que as derrotas também fazem parte da vida e do caminho que, dia a dia, percorremos…
Mesmo diante desta realidade, que poderia ser desanimadora, Jesus continua com o seu processo instrução, dirigindo aos seus discípulos, e também a nós, as coordenadas para alcançarmos o porto seguro que advém de Deus. Isso porque, as Suas propostas se destinam àqueles que chamamos de discípulos de todas as épocas; esta instrução deve nos ajudar hoje
a purificar a nossa opção e a nos integrar, de forma plena, ampla total e irrestrita a comunidade do Reino de Deus que nos foi tão bem apresentada por Jesus ao mostrar a necessidade de uma opção radical pelo Reino de Deus.
Antes de qualquer coisa, Jesus demonstra aquele grupo que a comunidade Ele pretende construir não pode ser fechada, intolerante ou fanática, que se arroga à posse exclusiva de Deus e das suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual o seu papel e a sua missão; e, que reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação das pessoas que pensam ou agem diferente.
Por isso que Jesus exige dos discípulos um corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino de Deus. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando deletar e eliminar da sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena.
Ou seja, devemos fazer como Jesus fez e aprender a respeitar o outro e ver sempre o que há de bom. Não somos donos de Deus nem, tampouco controladores dos Seus dons e graças. Até porque, há muita gente boa e santa que não pensam como nós; por isso, é necessário agir como Jesus agiu e buscar as pessoas que possam estar disponíveis a divulgar o Seu Ministério no mundo.
Assim, para assumir uma opção radical pelo Reino de Deus devemos procurar crer, testificar e implementar o Ministério de Jesus; e para isso, faz-se necessário apresentar a nítida, clara e incontestável certeza de que Jesus não um mero chefe de uma religião; mas, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mas, para que isso aconteça precisamos viver plenamente a certeza de que "não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim." (Gl 2,20). Isso é fazer uma opção radical pelo Reino de Deus.
Ou seja, devemos confiar no poder transformador e restaurador de Deus, mesmo quando durante a nossa caminhada passarmos por provações; e, que diante delas, pela nossa natureza, cairmos, chorarmos e até questionarmos a Deus o porquê de tudo isso. E, ao fazermos uma opção radical pelo Reino de Deus, vamos ouvir o Senhor dizendo: “Vem, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25,21).
Apesar de ter medo da abrangência do termo “radical” e até onde ele pode nos levar; digo, sem medo de errar que a opção radical pelo Reino de Deus é essencial para aquele que desejam entregar o seu caminho ao Senhor; e, isso fica muito claro quando nos deparamos com os ensinamentos do profeta Isaias: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR, e meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador” (Is 43, 10-11).
Esse é o ponto de vista que Jesus nos apresenta claramente, quando afirma que os discípulos estão muito atrasados na aprendizagem do “caminho do Reino de Deus”; esse atraso ocorre porque os discípulos ainda raciocinam em termos de lógica da sociedade judaica e têm dificuldade em se libertar dos seus interesses egoístas, dos seus esquemas pessoais, dos seus conceitos pré-estabelecidos, dos seus sonhos de grandeza e poder… Os discípulos não conseguem fazer a opção radical pelo Reino de Deus.
Ou seja, os discípulos teimam em não entender que a maior dificuldade que enfrentam é responder ao convite de Jesus de uma forma altiva e focada não no que acontece hoje; mas, sim no que estar por vir amanhã; eles não conseguem vislumbrar que as derrotas também fazem parte da vida e do caminho que, dia a dia, percorremos…
Mesmo diante desta realidade, que poderia ser desanimadora, Jesus continua com o seu processo instrução, dirigindo aos seus discípulos, e também a nós, as coordenadas para alcançarmos o porto seguro que advém de Deus. Isso porque, as Suas propostas se destinam àqueles que chamamos de discípulos de todas as épocas; esta instrução deve nos ajudar hoje
a purificar a nossa opção e a nos integrar, de forma plena, ampla total e irrestrita a comunidade do Reino de Deus que nos foi tão bem apresentada por Jesus ao mostrar a necessidade de uma opção radical pelo Reino de Deus.
Antes de qualquer coisa, Jesus demonstra aquele grupo que a comunidade Ele pretende construir não pode ser fechada, intolerante ou fanática, que se arroga à posse exclusiva de Deus e das suas propostas. Tem de ser uma comunidade que sabe qual o seu papel e a sua missão; e, que reconhece que não tem o exclusivo do bem e da verdade e que é capaz de se alegrar com os gestos de bondade e de esperança que acontecem à sua volta, mesmo quando esses gestos resultam da ação das pessoas que pensam ou agem diferente.
Por isso que Jesus exige dos discípulos um corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino de Deus. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando deletar e eliminar da sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena.
Ou seja, devemos fazer como Jesus fez e aprender a respeitar o outro e ver sempre o que há de bom. Não somos donos de Deus nem, tampouco controladores dos Seus dons e graças. Até porque, há muita gente boa e santa que não pensam como nós; por isso, é necessário agir como Jesus agiu e buscar as pessoas que possam estar disponíveis a divulgar o Seu Ministério no mundo.
Assim, para assumir uma opção radical pelo Reino de Deus devemos procurar crer, testificar e implementar o Ministério de Jesus; e para isso, faz-se necessário apresentar a nítida, clara e incontestável certeza de que Jesus não um mero chefe de uma religião; mas, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Mas, para que isso aconteça precisamos viver plenamente a certeza de que "não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim." (Gl 2,20). Isso é fazer uma opção radical pelo Reino de Deus.
Ou seja, devemos confiar no poder transformador e restaurador de Deus, mesmo quando durante a nossa caminhada passarmos por provações; e, que diante delas, pela nossa natureza, cairmos, chorarmos e até questionarmos a Deus o porquê de tudo isso. E, ao fazermos uma opção radical pelo Reino de Deus, vamos ouvir o Senhor dizendo: “Vem, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25,21).
domingo, 25 de janeiro de 2009
Mensagem aos Oblatos
AMAR A DEUS
Prof. Ir. José Antão, OASBOblatos Anglicanos de São Bento
"A quem ama a Deus tudo é possível"São Francisco de Paula (1416-1507)
Um dos "Irmãos Karamazov" diz que amar a humanidade não é problema. O difícil é amar o homem e a mulher.Talvez por isso o texto bíblico fale de amar quem está "perto", usando um advérbio e não um adjetivo. O "próximo", o semelhante, como adjetivo, não causa tanto incômodo como o "perto" adverbial, local, o que está ao lado, roçando minha pele.Duro é amar e não apenas tolerar, a vizinha com suas galinhas, o contador de piadas melancólicas, o gordo ao lado no ônibus, a antipática petulante. Quando são desconhecidas é um pouco mais fácil. O difícil mesmo é querer a felicidade para alguém com rosto e nome que não me quer feliz, foi desleal e traiçoeiro.Os que não moram comigo, os que encontro apenas algumas horas por dia, ou de vez em quando, não me roçam tanto como os que vivem na mesma casa.Desses, conheço e detesto as manias. E o pior é que eles também já me conhecem muito bem, não se enganam com minhas máscaras.Mas para mim a salvação e a felicidade não é a humanidade, mas cada homem e cada mulher que encontro, que me roçam, tem rosto, nome, cheiro.Há em grego três palavras para designar "amor". Um delas é a palavra eros. Eros expressa uma espécie de amor estético, romântico. Platão fala muito nele, em seus diálogos, no desejo de penetrar o Reino Divino. E em eros existe algo de belo, mesmo nas suas expressões românticas. Alguns dos mais belos exemplos de amor no mundo foram expressos dessa maneira. Depois, a língua grega tem a palavra philos, que designa uma espécie de amor que a gente sente pelas pessoas com que nos damos bem e que também sentem esse mesmo amor por nós.Por fim, o idioma tem outra palavra para designar amor. Ágape. Ágape é mais do que amor romântico e é mais do que a amizade. Ágape é compreensão, boa vontade ativa e redentora para com todos os homens. Ágape é um amor espontâneo que nada espera em troca. Os teólogos diriam que é o amor de Deus agindo no coração humano. Quando a gente ama alguém a este nível, ama todos os seres humanos não porque se gosta deles, não porque o seu mode de ser me agrada, mas porque amamos. Foi isso que Jesus quis quando nos ensinou: "Amais os vossos inimigos" (Mt 5: 44).Amar a Deus é amar o seu reino e colocá-lo em primeiro lugar (Mt 6, 33). É renunciar a si mesmo (Lc 14: 33). É tomar a sua cruz e seguir para o calvário (Mc 8: 34;35). É fazer o evangelho acontecer em todo mundo (Mc 16:16). É amar o pobre, o órfão, a viúva e os marginalizados (Mt 25: 34;40, Lc 4:18;19, Tg 1:27). É contribuir para obra de Deus com alegria (IICor 9:7). É doar a vida pelo próximo (Jo 15:13, IJo 3:16).Quem ama a Deus enfrenta as incompatibilidades. Por isso Santo Agostinho (354-430) disse: "Ama e faz o que tu quiseres".Tudo é possível por amor. O amor lança fora o medo (IJo 4:18). O amor cobre multidão de pecados (IPe 4:8). O amor nunca acaba (ICor 13:8). Porque Deus é amor(IJo 4:8)."Quem tem amor possui todo o bem, quem não tem amor, não tem nada" - São Francisco de Paula. Por isso o lema da sua ordem é: "CHARITAS". Amar a Deus é amar e viver a simplicidade, a humildade, a submissão. É ser "mínimo dos mínimos servos do Nosso Senhor Jesus Cristo Bendito".Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o amor destes é o AMOR (ICor 13:13).
Texto extraido de www.mosteiro.org
Prof. Ir. José Antão, OASBOblatos Anglicanos de São Bento
"A quem ama a Deus tudo é possível"São Francisco de Paula (1416-1507)
Um dos "Irmãos Karamazov" diz que amar a humanidade não é problema. O difícil é amar o homem e a mulher.Talvez por isso o texto bíblico fale de amar quem está "perto", usando um advérbio e não um adjetivo. O "próximo", o semelhante, como adjetivo, não causa tanto incômodo como o "perto" adverbial, local, o que está ao lado, roçando minha pele.Duro é amar e não apenas tolerar, a vizinha com suas galinhas, o contador de piadas melancólicas, o gordo ao lado no ônibus, a antipática petulante. Quando são desconhecidas é um pouco mais fácil. O difícil mesmo é querer a felicidade para alguém com rosto e nome que não me quer feliz, foi desleal e traiçoeiro.Os que não moram comigo, os que encontro apenas algumas horas por dia, ou de vez em quando, não me roçam tanto como os que vivem na mesma casa.Desses, conheço e detesto as manias. E o pior é que eles também já me conhecem muito bem, não se enganam com minhas máscaras.Mas para mim a salvação e a felicidade não é a humanidade, mas cada homem e cada mulher que encontro, que me roçam, tem rosto, nome, cheiro.Há em grego três palavras para designar "amor". Um delas é a palavra eros. Eros expressa uma espécie de amor estético, romântico. Platão fala muito nele, em seus diálogos, no desejo de penetrar o Reino Divino. E em eros existe algo de belo, mesmo nas suas expressões românticas. Alguns dos mais belos exemplos de amor no mundo foram expressos dessa maneira. Depois, a língua grega tem a palavra philos, que designa uma espécie de amor que a gente sente pelas pessoas com que nos damos bem e que também sentem esse mesmo amor por nós.Por fim, o idioma tem outra palavra para designar amor. Ágape. Ágape é mais do que amor romântico e é mais do que a amizade. Ágape é compreensão, boa vontade ativa e redentora para com todos os homens. Ágape é um amor espontâneo que nada espera em troca. Os teólogos diriam que é o amor de Deus agindo no coração humano. Quando a gente ama alguém a este nível, ama todos os seres humanos não porque se gosta deles, não porque o seu mode de ser me agrada, mas porque amamos. Foi isso que Jesus quis quando nos ensinou: "Amais os vossos inimigos" (Mt 5: 44).Amar a Deus é amar o seu reino e colocá-lo em primeiro lugar (Mt 6, 33). É renunciar a si mesmo (Lc 14: 33). É tomar a sua cruz e seguir para o calvário (Mc 8: 34;35). É fazer o evangelho acontecer em todo mundo (Mc 16:16). É amar o pobre, o órfão, a viúva e os marginalizados (Mt 25: 34;40, Lc 4:18;19, Tg 1:27). É contribuir para obra de Deus com alegria (IICor 9:7). É doar a vida pelo próximo (Jo 15:13, IJo 3:16).Quem ama a Deus enfrenta as incompatibilidades. Por isso Santo Agostinho (354-430) disse: "Ama e faz o que tu quiseres".Tudo é possível por amor. O amor lança fora o medo (IJo 4:18). O amor cobre multidão de pecados (IPe 4:8). O amor nunca acaba (ICor 13:8). Porque Deus é amor(IJo 4:8)."Quem tem amor possui todo o bem, quem não tem amor, não tem nada" - São Francisco de Paula. Por isso o lema da sua ordem é: "CHARITAS". Amar a Deus é amar e viver a simplicidade, a humildade, a submissão. É ser "mínimo dos mínimos servos do Nosso Senhor Jesus Cristo Bendito".Agora pois permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o amor destes é o AMOR (ICor 13:13).
Texto extraido de www.mosteiro.org
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